Crise

Pois é. Nem to com muito saco de falar sobre essa crise financeira. Na verdade só se fala nisso o dia inteiro. Só tenho a dizer que perdi 25% no valor total dos meus investimentos (que, ainda bem, não são lá grandes coisas) em menos de 1 mês. Mas o ponto é que a crise está aí. Meu grande amigo Leonardo foi a primeira pessoa próxima a sofrer as consequências, e ainda não consegui digerir essa merda direito. Nessa semana já foram outros dois aqui na empresa. Não tô muito preocupado com o que possa acontecer comigo. Qualquer preocupação que eu tinha quando aqui cheguei sobre impactos de minhas decisões em outras pessoas não existem mais, por razões óbvias.

Quero que se foda se der merda. Mas que é foda, isso é. Outro dia eu tava preenchendo os formulários do cartão verde, e me senti puta "invadido" (nem venham comentar viadagem). Caralho, os caras querem saber de tudo da sua vida. Não basta vc ter bons antecedentes, trabalhar numa empresa totalmente americana, pagar os impostos, não se meter em confusão e tal... Eles querem saber mais, e mais. Que bosta. Não sei se vou ter saco pra todo esse processo. Me conheço. Qualquer hora mando à pqp e vou embora, pra qualquer lugar.

Sim, eu sei. Eles têm que fazer isso. Não há muita escolha. A história confirma as razões para temores. Mesmo assim, não sei se quero entrar na vala comum de neguinho que quer morar aqui a qualquer custo, simplesmente pq não quero morar aqui a qualquer custo. Claro que quero estar aqui agora, acho que só tenho a ganhar em termos de carreira e tal. Mas se o preço for muito alto (e já está alto pra caralho, devo dizer) não sei até quando vou querer pagar. Volto pra Banânia ou vou pra zoropa.

Mas momentos de decisão se avizinham, não há escapatória. Ao mesmo tempo, existe um puta desespero por parte da direção pra mostrar que está tudo bem com nossa prática e tal. Isso não ajuda muito na hora de tomar decisões. Acho que ninguém sabe nada por enquanto. O que contribui para minha ansiedade.

Sei lá. Acho que antigamente as coisas eram mais claras pra mim. Ainda acho que na hora do vamo-vê existem 2 caminhos: o certo e o errado. Sem dúvida, na maioria das vezes dá pra dizer qual é o certo e qual é o errado. O foda é ir pelo caminho certo... Sempre mais difícil:

ROAD LESS TRAVELED

Two roads diverged in a yellow wood
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth

Then took the other as just as fair
And having perhaps the better claim
Because it was grassy and wanted wear
Though as for that, the passing there
Had worn them really about the same

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black
Oh, I kept the first for another day!
Yet, knowing how way leads onto way
I doubted if I should ever come back

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence
Two roads diverged in a wood
And I took the one less traveled by
And that has made all the difference

Robert Frost

Ou pode ser que eu simplesmente esteja meio questionador, meditabundo...

Comments

  1. "Two roads diverged in a wood
    And I took the one less traveled by
    And that has made all the difference"
    Isso não me é estranho...já ouvi de alguém...
    Sem dúvida, são as estradas mais difíceis mas com os melhores resultados. O problema é quando esses resultados não vêm e aí talvez seja a hora de reconhecer a necessidade da mudança da estrada pra não perder a batalha... Ou ainda, perder a batalha e começar uma nova. Nada é fácil.

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