Cabeceira da minha cama

Eu estava indo dormir hoje, à uma da manhã de amanhã, quando olhei para o porta-retrato que adorna o criado-mudo ao lado da minha cama. Olho pra ele todo dia, pelo menos duas vezes - uma ao acordar e outra ao final do dia, quando vou dormir. E reparei que meus pensamentos, sempre, no início e final de todos os dias é o mesmo: ela.

Estranho isso.

Nunca achei que pensamentos poderiam se repetir sem chegar à exaustão e consequente desinteresse. Mas o que ocorre é um interesse, uma curiosidade cada vez mais voraz, interminável.

Nunca achei que algo, muito menos uma pessoa, me fizesse sentir e pensar assim.

Sempre achei que seria uma pessoa cerebral, calculista, em eterno conflito entre a razão e o sangue quente "latino".

E, de fato, consigo agir assim para quase tudo. Mas, quando o assunto é do coração, mormente "ela", a coisa muda de perspectiva. É meu norte, meu objetivo-mor, minha razão para trabalhar, treinar, estudar, fazer compra de supermercado, etc...

Estranho, isso....